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Entenda o que são green bonds e por que sua empresa deve investir nisso a partir de hoje

Os green bonds são recursos que estão disponíveis para incentivar empresas a financiarem projetos sustentáveis. Esse meio serve para criar equilíbrio entre práticas empresariais que retiram do planeta recursos para a fabricação de produtos e o cuidado do meio ambiente.

Sem dúvida, é cada vez mais crescente a preocupação social a favor de práticas que contribuam para saúde do planeta, por isso existem os selos verdes que você vai saber mais neste texto.

O que são os green bonds

Os green bonds, também conhecidos como títulos verdes, funcionam como qualquer outro tipo de capitalização financeira, mas neste caso o objetivo é obter financiamento para projetos que preservam o meio ambiente. 

Apesar de funcionar de forma similar a um título de capitalização, o dinheiro aportado em green bond não pode ser usado para outro fim que não seja o motivo referido no projeto.

Para a aplicação em títulos verdes o documento precisa ser verificado por instituições que têm a função de avaliar a validade do projeto presente que o dinheiro será destinado. 

No Brasil existem duas instituições que são responsáveis por atestar a legitimidade do projeto pretendido, são elas:

  • Federação Brasileira de Bancos (Febraban);
  • Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Para investidores que têm dúvidas sobre a obtenção de retorno financeiro ao comprar o green bond, saiba que o lucro vem com a valorização deste documento que também traz benefícios fiscais para o detentor.

Incluindo vantagens empresariais, o projeto de green bonds se torna atraente para os gestores oferecendo benefícios fiscais.

Quando os green bonds surgiram

Embora a ideia de green bonds seja muito importante, o surgimento de políticas que gerem esses títulos de capitalização ainda é muito novo. 

Em 2014 foram definidos os Green Bonds Principles (GBP), regras que definem o sistema de selos verdes e atestam a credibilidade para a operação de projetos dentro das normas de sustentabilidade, existem princípios que regem esse selo:

  • Uso e gestão de recursos;
  • Processo para avaliação e seleção de projetos;
  • Confecção de relatórios

Essas  normas estão alinhadas com o acordo de Paris, assinado por 195 países em 2015, na época as regiões mais desenvolvidas se comprometeram a financiar, no mínimo, US$ 100 milhões anuais em projetos que combatam as mudanças climáticas.

O primeiro Green Bond emitido no Brasil aconteceu a pouco tempo atrás, em novembro de 2023, o Governo Federal do Brasil realizou a primeira emissão de títulos verdes do Tesouro Nacional, o título foi emitido no mercado internacional com prazo de sete anos. 

Denominado Global 2031 ESG, o recurso foi emitido no valor de US$2,0 bilhões, com taxa de retorno para o investidor de 6,50% ao ano e com data de vencimento no prazo de 2031.

No Brasil o mercado de selos verdes  ainda é bem recente, o primeiro registro foi em 2015, segundo a Climate Bonds Initiative. O volume acumulado é de US$11,2 bilhões emitidos pelas instituições brasileiras. 

Quem pode emitir green bonds no Brasil

A emissão de selos verdes podem ser feitas por qualquer organização com autoridade para expedir títulos verdes, as organizações mais comuns são:

Empresas privadas não financeiras

Os green bonds emitidos por essas instituições são focados em negócios do setor de energia e serviços que financiam projetos ambientais.

Pelo caráter da instituição, o investidor terá mais segurança, pois garantem que o recurso aportado seja direcionado para iniciativas sustentáveis de impacto positivo.

A empresa é obrigada a destinar recursos para o projeto que se propôs, caso isso não aconteça recebe punição com a antecipação do vencimento do título.

Instituições financeiras

Investir em green bonds junto dessas instituições pode ser bom para empresas que querem obter uma boa imagem pública e aumento da reputação através do compromisso com ações sustentáveis. 

Diversificar a carteira de investimento em uma solução verde faz com que negócios consigam agradar possíveis novos investidores que têm afinidade com a causa.

Governos em múltiplas esferas

Entidades do governo podem emitir títulos de dívida por meio de green bonds como forma de financiar projetos locais específicos, em alguns casos também é usado como caminho para cumprir metas ambientais e cumprir com os acordos internacionais.

Os selos verdes trazem governos estaduais e municipais para o financiamento de soluções sustentáveis.

Se tratando da esfera de governo nacional, os títulos de capitalização para projetos sustentáveis são úteis para execução de demandas da agendas políticas voltadas para o meio ambiente e estimulam o fluxo de investimentos de capital privado no país.

Saiba quais são os  requisitos para obtenção de fundos para green bonds

Existem algumas regras para que o título de capitalização possa ser emitido pelas instituições citadas anteriormente, as mais importantes são:

  • Existência de política sobre a utilização de fundos e o sistema de classificação taxonómica;
  • Deves estar incluído pelo prospecto a seleção de projetos e os aspectos, como: objetivo de sustentabilidade ambiental, critérios para ser elegido ou excluído, quais são os riscos sociais e ambientais, e mecanismos de avaliação e seguimento;
  • Quais serão as políticas de transparência na gestão dos fundos;

Esses são três aspectos muito importantes que você pode considerar ao emitir um green bond com sua empresa.

Entenda como emitir um green bond

A pergunta mais comum entre investidores que buscam saber mais sobre títulos verdes é sobre o tempo que esse bem de capitalização leva para ser emitido. 

A realidade é que o processo é longo, não é possível determinar um tempo exato para que tudo esteja pronto, pois tudo depende da organização interna  da empresa responsável por fazer a emissão.O tempo médio de emissão é de 8 a 12 semanas.

É importante levar em consideração a complexidade do Quadro de Títulos Verdes e a oferta posterior. 

O processo para gerar esse título de capitalização não é muito diferente de qualquer outro, as etapas neste caso são:

  • Pré-emissão

-Análise de mercado e desenho da abordagem dos green bonds;

-Avaliação dos riscos e oportunidades;

-Critério de elegibilidade dos projetos;

-Avaliação e seleção dos projetos para uso dos recursos;

-Planejamento da Avaliação Externa.

  • Emissão:

-Preparação da oferta de emissão;

-Estruturação da oferta de emissão;

-Distribuição e alocação.

  • Pós-emissão:

-Monitoramento e relatório;

-Controle dos recursos obtidos com a emissão;

-Relatório sobre a alocação dos recursos nos Projetos Verdes;

-Indicadores de desempenho ambiental dos Projetos Verdes.

Fase de pré-emissão

A fase pré-emissão do Green bond é onde acontecem análises preliminares do que se pretende com o projeto e qual a viabilidade de ser realizado.

O primeiro passo a ser dado pelo emissor é analisar as condições e tendências do mercado para entender quais as condições de seu título verde.

Fazendo essa avaliação é possível fundamentar a tomada de decisão a respeito do tipo de emissão e modelo de instituição financeira que tem mais condições de gerar o documento.

Para saber como fazer análise inicial do mercado, o investidor deve observar dois aspectos muito importantes:

  • Quais são os investidores alvo da emissão;
  • Qual será o formato? Mercado, moeda e prazo do financiamento necessário.

 Após tomar a decisão de emissão de Títulos Verdes a organização tem o papel de definir internamente quais serão as regras que vão compor o processo de emissão.

Por se tratar de Green Bonds esta fase precisa de colaboração entre as áreas financeira e de sustentabilidade do emissor.

 A organização que faz a emissão do título verde pode optar por diversas diretrizes para gerar o título, porém algumas diretrizes são reconhecidas mundialmente como Green Bond Principles:

  • Identificação dos critérios de elegibilidade dos projetos financiados;
  • Seleção dos projetos;
  • Gestão dos recursos;
  • Monitoramento e relatório.

Após a definição de critérios de elegibilidade do projeto, o emissor tem o papel de selecionar as ideias que receberam os recursos captados por meio do título.

Essa etapa é fundamental para melhorar o processo interno para a seleção dos projetos e criar as condições para uma comunicação eficaz com os investidores no momento da oferta, neste caso recomenda-se a presença dos seguintes elementos na descrição:

  • Critérios ou referências adotadas para a classificar os Projetos Verdes;
  • Descrição da destinação dos recursos do green bond;
  • Benefício ambiental dos projetos selecionados; incluindo indicadores e métricas que serão usadas no monitoramento.

Essa etapa o projeto passa pelo processo de avaliação externa, da mesma forma de um título de capitalização comum onde o investidor recebe o due diligence, processo de análise e investigação empresarial, o mesmo acontece com títulos verdes.

Essa avaliação é importante para confirmar a credibilidade do documento obtido, fazendo com que o projeto tenha maior transparência e facilitando o acesso dos investidores a informações relevantes e organizadas.

Fase de emissão

Após diversas análises do projeto é iniciado o processo de emissão de títulos verdes, basicamente as etapas não são muito diferentes de outros ativos desse mercado, para além de sua utilização, claro.

Primeiro é realizada a estruturação da oferta de emissão, nesta etapa o emissor é responsável por escolher qual instituição financeira que atuará como Coordenadora da operação, a empresa escolhida também pode ser um advisor neste projeto.

A emissão do documento que valida o green bond depende de vários documentos de apoio.

Após o registro ou depósito dos papéis realizados nos sistemas é fundamental que o título seja sinalizado como “verde”, para além das informações tradicionais de títulos de capitalização.

Fase de pós-emissão

A fase de pós-emissão é referente aos relatórios de acompanhamento que devem ser gerados pelo emissor do green bond. 

Esses relatórios são essenciais para informar o desempenho de financiamento ao projeto e performance em termos de sustentabilidade ambiental.

O report enviado para as instituições responsáveis devem tratar de dois aspectos do título de capitalização ambiental obtido:

  • Alocação dos recursos financeiros no projeto;
  • Indicadores chave de performance ambiental.

Quais projetos podem ser financiados com green bonds

Projeto de energia renovável: parques eólicos, centrais de energia solar e projetos hidroelétricos;

Projetos de eficiência energética: projetos com objetivo de diminuir o consumo de energia e melhorar a eficiência nos edifícios no transporte e indústria;

Conservação da biodiversidade:projeto para preservação da vida selvagem de animais marinhos e terrestres;

Controle de poluição: ideias para reduzir a emissão de gases como o efeito estufa, redução de resíduos e descontaminação do solo.

Infraestrutura verde: parques urbanos, sistemas de água potável,  saneamento básico e transporte urbano sustentável.

Desenvolvimento sustentável: ideias de projetos destinados a aprimorar a qualidade de vida das pessoas.

Como saber se um título está na categoria “verde”

Para investidores que querem conhecer a oferta de títulos verdes no mercado basta saber como identificá-los.

Muitas corretoras incluem uma segmentação para esse tipo de investimento, aqueles que têm recursos transformadores em projetos sustentáveis tem na documentação do referido ativo a sigla IS.

Conhecer como identificar um selo desse tipo é importante para não confundir com títulos sociais e sustentáveis, apesar de parecerem sinônimos cada um deles tem finalidades diferentes:

  • Títulos sociais: são voltados para a redução da desigualdade social. Os investimentos são voltados para criação de habitação e infraestrutura, formas de inclusão social entre outros.
  • Títulos de sustentabilidade: são títulos que se vinculam a ações sociais e ambientais tendo como foco as práticas ESG (Ambiental, Social e Governança).

Quais são os green bonds disponíveis no mercado brasileiro

  • Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
  • Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI);
  • Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC);
  • Debêntures;
  • Debêntures incentivadas de infraestrutura;
  • Letras financeiras.

O green bond é apenas uma de muitas iniciativas que qualquer empresa pode fazer para se manter no caminho ecologicamente correto sem perder capacidade de produção. Há  outras práticas que as empresas podem adotar como a utilização de embalagens sustentáveis que melhoram a entrega do produto para o consumidor.  Conheça a Packster, fabricante de embalagens ecológicas, que faz a entrega em até 15 dias do produto encomendado pelo site, para saber como funciona, entre em contato e solicite um kit amostra.